O
Ministério dos Esporte vem divulgando 40 crônicas assinadas por Nelson
Rodrigues e publicadas originalmente no intervalo entre as Copas de 58,
62,66,70 e 74.
É justamente o período em que o Brasil se
transformou no maior vencedor de Copas e venceu a síndrome de vira-lata
(provavelmente nunca por completo, a Copa de 50 nunca vai deixar o
imaginário coletivo), o que produziu textos interessantes.
Entre vários trechos, destaco a genialidade do Garrincha:
"Em
58, o escrete ainda embarcou desconfiado. Mas já uma dúvida
instalava-se em nosso espírito. O sujeito já não sabia se era ou não uma
besta chapada ou, na melhor das hipóteses, uma semibesta. A campanha de
58 viria clarificar o problema. Chegamos na Suécia, ainda perplexos.
Vencemos a Áustria e empatamos com a Inglaterra. Vem, finalmente, o jogo
com a Rússia. Eu vou dizer o momento exato em que se inaugurou o
verdadeiro Brasil. Foi após o hino nacional brasileiro. Os jogadores
ainda estavam perfilados e trêmulos. A Rússia seria uma prova crucial.
Mais do que nunca dava em cada jogador o dilema: — “Ser uma besta ou não
ser
uma besta?” E, então, soou, naquele escrete contraído, a voz de
Garrincha. Com a sua candura triunfal, dizia o Mané para o Nilton
Santos:
— Aquele bandeirinha tem a cara do ‘seu’ Carlito!"
Ps. Todas as 40 crônicas aqui:
http://www.ediouro.com.br/lancamentosdenelsonrodrigues/livros/ImagePatriaDeChuteiras%20em%20Baixa.pdf
segunda-feira, 16 de junho de 2014
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