RASPADINHA PREMIADA

Sonhei que eu, Jabba e Sorveto fomos aceitos na camada mais alta da sociedade depois de ganharmos R$ 17 milhões numa cartela de raspadinha premiada. Curtiamos a vida adoidado, mas claro que o japonês resolveu pegar a Luma de Oliveira na festa de reveillon do Chiquinho Scarpa. Eike Batista, o ex-marido, ficou puto e nos denunciou para a PF, alegando que nossa fortuna foi feita em cima do jogo do bixo. Vasculharam minha casa e confiscaram comprovantes das três vezes que jogamos no bixo ano passado.

Bom, o caso estava praticamente perdido, estavamos dividindo advogando com o presidente da Beija-Flor e aquela situação toda me fez achar que a única saída digna seria me defender em italiano. Daí que sem querer convenci todo mundo que tinha nascido na Calábria e fui extraditado para pátria dos Daddio. Não lembro mais do sonho a partir daí, só que meus almoços na prisão envolviam lasagna e vinho chapinha e eram preparados por uma sósia da Cicciolina.

Ah, a gente acabou descobrindo que o Eike tava era puto com o Jabba, que tinha prometido tirar uma foto para a reportagem "Os mais ricos do Planeta", da forbes, de bigas.

Acordei sem saber o que estão colocando na minha água.

LIÇÃO DO DIA

Ouve Nirvana no ambiente corporativo --> Empolga, quando vê tá cantando junto --> Começa a tocar Rape Me

Ser Rakal D Addio não é para principiantes.

IMPORTANTE

Por unanimidade, Erik van Muiswinkel acaba de ser premiado com o Manieri de Literatura pelo poema How Deeply It Runs. No texto, Muiswinkel tenta explicar para sua filha a diferença entre o bem e o mal.
Agora me deem licença que o poema vem na sequência:

How Deeply It Runs


Adam, Eve, apple?
Hitler, Florence Nightingale?
I don’t know, I’m agnostic
And preferably amoral.

Good and Evil
Look, darling, look at the TV:
Orange, Gullit, White.
White, Matthäus, Black.

* Futebolisticamente falando, alemães e holandeses se odeiam.
** Muiswinkel é ainda menção honrosa ao troféu imprensa na categoria melhor nome holandês junto com peter van de hoogenband.

Buenos Aires

Rascunho

Constatações do fim de semana

- Midas era um cara legal. Reinou há muitos séculos na região que hoje forma a Turquia, mas é conhecido pela capacidade de transformar tudo que tocava em ouro. Um exemplo: se, durante um jantar, você pedisse para ele lhe passar a jarra de suco de caju, receberia o que fora uma garrafa cheia transformada em ouro puro - e estaria livre de tomar o suco de caju.

Rakal vive na São Paulo moderna, com suas idiossincrasias, seus estacionamentos. É ele pisar nas ruas de São Paulo para o tempo fechar. Um cara legal também, mas se você for acompanhá-lo não esqueça do guarda-chuva.

- Coldplay, essa banda que resolve todos os seus problemas de insônia, é ouvida por dez entre dez garotas de carisma. É quase errado, mas aposto que aquela sua vizinha sorridente já cantou alguns versos de Viva La Vida no chuveiro.

Grandes figuras, Grandes legados

Há muitos anos, no próspero e amistoso reino de Narizona, residia o príncipe Márcio Freddy, descendente da rainha Ruth, e imediato da dinastia Homsi ao trono do reinado - aqui faz-se intervalo para explicar que, na dinastia, determinava-se a linha de sucessão conforme as dimensões nazais dos membros. MF, segundo os anais da história, dava abrigo a generosa napa de 11 cm (mole).

Conhecido pelo duvidoso epíteto de Freddinho, o 24º, Freddy, que nunca teve homônimos entre seus parentes, desfrutava da excelsior condição familiar, mas vivia sob um impasse que lhe corroia o intestino: a pompa e a mordomia inerentes ao prestigioso sobrenome ou o amor proibido de Azulão, negro vigoroso, servo de engenho e único a igualar a acentuada altura de Freddy - e dois ombros e meio a mais de largura.

Conta-se que se decidiu pelo amor, citando a quem escutasse que "fora flechado pelo cupido da paixão"; a verdade é que abdicou do sobrenome encorajado por pouco mais de duas dúzias de doses de vodka.

O escândalo o obrigou a mudar-se para o Principado de Costa do Sol, onde viveu suas aventuras mais corruptas e preparou os versos que lhe garantiram a posteridade: "Glamurosa", escritos sob o heterônimo MC Marcinho, em um franco relato expondo ao mundo suas práticas a quatro paredes com Azulão.

"Glamurosa!
Rainha do funk
Poderosa!
Olhar de diamante
Nos envolve, nos fascina
Agita o salão
Balança gostoso
Requebrando até o chão"

Facebook

Eis que numa sexta ensolarada o rapaz de nome extravagante estava socializando no Facebook. A reportagem não descobriu suas motivações, mas no que foi um arroubo de insensatez, ele decidiu... convidar a garota para um sorvete vespertino.
Escolha a opção pertinente:

a) Tão cafona quanto: "tenho um par de convites para o show do Wando, beibi"

b) "Oi, gata. Vamos tomar um sorvete no Giga?" (Malhação, 2003)

c) Nestes tempos de caça às calorias, uma proposta que já nasceu morta (e algum dia eu vou dissertar sobre como essa obsessão por físicos improváveis vai causar o fim da humanidade)

d) N.d.a. - Redija sua própria opção ________

Nevermind, 20 anos

INVERNO, ESSE ERRADO

O inverno é uma estação errada. Garotas bonitas batendo os dentes enquanto esperam o ônibus. Garotas bonitas, cabelos louros e um sorriso que desmonta, cara - não venha negar, desmonta. Você lá e ela, sofrendo, porque também não estava preparada para a era glacial II, o retorno. Cada dia mais certo, inverno é uma estação errada.

***

Desculpa se você acredita nessa história de que um vento é capaz de ensinar alguém a se se vestir. Desde que bateu esse clima de Groelândia não vi mais garotas de vestido branco. Desculpa mesmo.

ATO 1

É sobre amor.
É sobre ódio.
É sobre o imprevisível.
É sobre uma garota que pôs sua roupa mais bonita por cima de uma lingerie branca.

Falou sobre assuntos variados com amigos e amigos de amigos e rolou os olhos, até que ele chegou fazendo todas as perguntas certas.

É sobre apresentações entre desconhecidos, duas ou três cervejas, uma caipirinha e um táxi.


Rápido. Já estavam despidos, beijando-se entre os cômodos do apartamento.
Caricias, sussurros, gemidos.
Parecia um sonho. Foi real?

Acordou do transe em uma cama solitária, com um bilhete no criado-mudo a um braço e meio de distância.
É sobre uma garota que ligou a televisão pela manhã e ouviu que o dia seria nublado com possibilidade de chuva pela tarde.

VILLA-LOBOS

Rakal e as conversas de elevador:

- Deu uma refrescada, não é mesmo?
[13ºC, de acordo com o Clima Tempo]

- Refrescada... congelada... depende do referencial, sabe

DOMINGO DE CHUVA...

Marco

Tinha esse cara chamado Marco do qual ninguém se lembrava porque ele era um protagonista em busca de uma obra. E isso foi bem cedo.

Daí que nem ele e nem o livro pensaram em combinar um ponto de encontro para quando se perdessem e assim foram vivendo um sem o outro - numa existência que fazia menos sentido pouco a pouco.

O tempo apagava o que restava de suas recordações a cada dia, só não havia maneira de apagar aquela sensação de acolhimento que ele teve sob as páginas do seu livro.

Não demorou até decidir que deveria invadir os livros alheios.

O duro é que quando não enjoava de uma obra por ser muito séria ou muito escrachada, ele ficava preso, lá embaixo da página, no rodapé sob a guarda de um asterisco autoritário.

Foi quando Marco percebeu que não se encaixaria em nenhum outro livro. E sem uma história própria, só sobrava continuar a perambular entre um ponto qualquer e lugar nenhum.

O blog voltou

O ano virou, Bin Laden subiu no telhado e Sandy jura que é a maior devassa do hemisfério sul. Ah, e eu comprei um celular.
São tempos surpreendentes, pessoas.

Voltei e espero retomar o ritmo normal de posts.